Artista estreia como atriz e dramaturga em espetáculo que aborda um mundo esgotado, relações a serem reexaminadas e afetos em transição. Apresentações ocorrem de 11 a 28 de outubro
Qual seria a mensagem de uma cana-de-açúcar após séculos de exploração? Esse é o cerne de “Solitária da Cana”, peça concebida pela artista Izabel de Barros Stewart, que se aventura na escrita teatral ao criar uma narrativa ficcional a partir do ponto de vista vegetal: a percepção de uma cana-de-açúcar sobre os laços coloniais que desencadeiam um determinado estilo de conviver com a Terra e seus habitantes, desvelando o racismo ambiental que permeia tais práticas. Sob a direção de João Saldanha e a produção de Ana Paula Abreu e Renata Blasi, a temporada acontece no Teatro II do CCBB BH, de 11 a 28 de outubro, de sexta a segunda, às 19h. Os ingressos estão disponíveis a partir de 15 reais, no site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB. Aos sábados, haverá sessões com intérprete de Libras e conversas pós-encenação.
A montagem apresenta um corpo feminino que encarna a voz de uma cana-de-açúcar, ícone da monocultura, dialogando com o público sobre o cultivo de afetos entre os seres. Não se trata de atribuir características humanas a um vegetal, mas sim de promover a compreensão do outro, do diferente, como agente ativo nas relações, conferindo voz e protagonismo àquele que foi tratado como mero objeto na nossa sociedade mercantilista.
“Solitária da Cana é uma espécie de manifesto anticolonial, aborda o embate entre a expansão da fronteira agrícola e a limitação do horizonte sensível, entre o excesso e a escassez, na busca por um terreno que restaure a harmonia cósmica. Para além das fronteiras entre humanos e não humanos, o desafio aqui é reconhecer as interações que nos transformam de forma material e simbólica no convívio inevitável entre espécies diferentes.
Sobre a artista
Izabel de Barros Stewart é uma artista da performance e educadora com uma trajetória iniciada na dança nos anos 1990, colaborando com renomados profissionais como João Saldanha e Dudude Herrmann. Formada em História pela PUC-Rio e Mestre em Dança pela Universidade Paris 8, lecionou no Departamento de Artes Cênicas da UFOP por três anos. Com trabalhos autorais em parceria com diversos artistas de diferentes áreas, além de projetos envolvendo educação ambiental e ativismo, destacando-se sua atuação como coordenadora da ONG Primatas da Montanha (PRIMO) e na Diretoria de Ecologia do Instituto Educacional e Cultural Ouro Verde (INOV). Em setembro de 2023, estreou “Solitária da Cana”, seu primeiro trabalho como dramaturga e atriz, sob direção de João Saldanha e produção de Ana Paula Abreu e Renata Blasi.
Ficha técnica
Texto e Atuação: Izabel de Barros Stewart / Direção: João Saldanha/ Trilha Sonora: Antonio Saraiva/ Preparação Vocal: Pedro Lima/ Figurinos e Adereços: Mauro Leite/ Iluminação: João Saldanha / Design Gráfico: Roberto Unterladstaetter/ Fotografia Divulgação: Pedro Yytoá Rodrigues/ Fotografia de Cena: Carol Pires / Direção de Produção: Ana Paula Abreu e Renata Blasi / Produção: Diálogo da Arte Produções Culturais / Idealização: Izabel de Barros Stewart/ Realização: Associação de Fomento Saúva / Assessoria de imprensa: Luz Comunicação – Jozane Faleiro
Circuito Liberdade
O CCBB BH faz parte do Circuito Liberdade, um complexo cultural gerido pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que engloba diversos espaços com uma variedade de expressões artísticas e culturais em conexão com o turismo. Ao trabalhar em conjunto, as atividades dos parceiros do Circuito buscam promover o desenvolvimento humano, cultural, turístico, social e econômico, com foco na economia criativa como meio de gerar emprego e renda, além de democratizar e ampliar o acesso da população às iniciativas propostas.
Serviço:
“Solitária da Cana”, com Izabel de Barros Stewart
Quando: de 11 a 28 de outubro
Temporada: sexta a segunda
Horário: 19h
Local: Teatro II – CCBB BH – Praça da Liberdade
Duração: 60 minutos
Classificação Indicativa: 12 anos
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia), à venda no site ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB BH.
Aos sábados, haverá interpretação em Libras e conversas pós-encenação.
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